Paraguai se organiza com possível instalação de Free Shops no Brasil
18 de dezembro de 2017
O integrante do Conselho e de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu (PR), Mario de Camargo, apresentou na semana passada no Paraguai aos membros da Caimpeco (Câmara de Importadores de Perfumes e Cosméticos) e da Capaba (Câmara Paraguaia de Bebidas Alcoólicas) o escopo da lei que prevê a instalação das lojas livres de impostos, as chamadas Free Shops, nas cidades de fronteira do Brasil.
Camargo também apresentou seu funcionamento e os efeitos que estas lojas poderiam ter no comércio fronteiriço. A nova lei brasileira entrará em vigor a partir de julho de 2018 e será implementada em 32 municípios brasileiros que fazem fronteira com países vizinhos.
A criação destas lojas livres de impostos servirá para competir com cidades fronteiriças dos países vizinhos para atrair o turismo de compras. Conforme Camargo, será uma oportunidade para desenvolver a tríplice fronteira.
Em relação aos efeitos que a implementação da lei brasileira trará ao comércio do Paraguai, Juan Pablo Jaeggli, da Câmara de Importadores de Perfumes e Cosméticos (Caimpeco), disse que podem ser positivos e também negativos. No entanto, é importante que todas as associações empresariais que tenham negócios e atualmente realizam suas atividades na fronteira com o Brasil estejam cientes da nova lei que deverá ser implementada a partir da metade do ano que vem.
“Nós acreditamos que é necessário que os sindicatos, juntamente com o governo do Paraguai, considerem isso como uma realidade, tentem analisar apenas como podemos melhorar nossos ativos, continuar sendo atraentes a esse comércio e não perder mercado com essas lojas”, afirmou Juan Pablo Jaeggli.
O dirigente acredita que é hora de fazer um trabalho sério, de modo que a concorrência que virá possa impulsionar a melhorar a oferta comercial em Ciudad del Este, bem como a infraestrutura hoteleira e a passagem pela Ponte da Amizade, que divide o Brasil do Paraguai.
Perguntado se está trabalhando nisso, Jaeggli respondeu que as lojas estão observando este fato de forma silenciosa há algum tempo. Ele lamentou, no entanto, não ver a mesma preocupação por parte do Governo do Paraguai. Juan Pablo Jaeggli destacou que os sindicatos afetados pela criação dos Free Shops no Brasil acreditam que ainda há tempo para agir ou para melhorar de tal maneira que o impacto da criação da lojas livres de impostos seja mais positivo do que negativo. “Acho que temos condições de fazer isso”, disse Jaeggli.
Fonte – ABC
Imagens – Arquivo Compras Paraguai
